O agronegócio é um dos grandes responsáveis pela movimentação da economia brasileira. Em 2021, por exemplo, o país foi considerado o segundo maior produtor mundial de carne bovina, representando 16,8% do total.
Já em 2022, o agronegócio foi responsável por quase 25% do PIB nacional. Apesar da leve queda em comparação aos anos anteriores, o setor ainda é considerado base do Brasil. Por esse motivo, é extremamente importante que transportadoras entendam como o transporte de carga viva funciona.
Afinal, 65% da produção desse mercado é transportada em rodovias. E não só isso: uma movimentação inadequada é responsável por 20% das perdas de animais – o que pode causar grandes prejuízos financeiros à empresa transportadora.
Ao seguir as normas da legislação, é possível assegurar que os animais cheguem bem e saudáveis ao destino. Mas como fazer isso da maneira correta? É o que vamos te mostrar a seguir!
O que é o transporte de carga viva?
O transporte de carga viva nada mais é do que a movimentação de animais, como bois, galinhas e cavalos, entre grandes distâncias, dentro do prazo e nas condições especificadas.
Esse tipo de transporte exige atenção especial para garantir que as espécies sejam tratadas de forma adequada e com o mínimo de estresse possível. Essa é uma maneira de assegurar a sobrevivência e o bem-estar dos animais, segundo demandas locais e internacionais.
Quando o animal não é tratado da maneira correta, é possível que, durante o transporte, se estresse, se machuque e, em alguns casos, morra durante a movimentação. Essa consequência é gravíssima para transportadoras, que podem sofrer com multas e pagamentos de indenização.
Portanto, para que isso não aconteça, é essencial que empresas tenham atenção redobrada quanto à condição de seus veículos e às licenças dos motoristas contratados.
Como fazer transporte de carga viva?
Seja para o abate ou revenda, para realizar a movimentação de cargas vivas, é importante considerar alguns fatores intrínsecos a esse transporte. São eles:
1. Condições do caminhão
O caminhão deve ser adequado ao transporte de cargas. Existem algumas normas de cuidados que devem ser seguidas, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Por serem diferentes, cada espécie tem uma necessidade única. Mas, em geral, as recomendações são as mesmas:
- Carroceria. Deve ser aberta para facilitar a ventilação. Espécies de grande porte devem ser transportadas em carroceria boiadeira, enquanto, para as de pequeno porte, a gaiola é a mais recomendada;
- Espaço. Indica-se que seja extenso o suficiente, para cada animal conseguir ficar em pé, deitar e comer durante o transporte;
- Piso antiderrapante. É o mais recomendado, pois evita que os animais escorreguem e se machuquem. Complemente com serragem grossa, para evitar qualquer tipo de acidente;
- Transporte. O transporte de carga viva deve ser feito com uma espécie por vez. Ou seja: nada de movimentar bois e frangos no mesmo espaço, ao mesmo tempo;
- Proteção contra fuga. Para evitar fugas durante o embarque e desembarque, utilize proteções nas laterais e no teto. Além disso, durante o processo, certifique-se manter uma fila organizada e lenta, para entrada e saída dos animais;
- Visibilidade. Os animais devem ter, pelo menos, visibilidade parcial durante o trajeto (o que também auxilia a circulação de ar);
- Sistema de ventilação. Caso o caminhão seja tipo baú, é imprescindível a instalação de um sistema de controle de temperatura e ventilação;
- Tempo de trajeto. O tempo máximo para o transporte de cargas vivas é de 20 horas. Evite passar desse período e, se necessário, adicione paradas à rota;
- Número de emergência. Caminhões licenciados para essa movimentação devem ter um número de emergência disponível na parte traseira do veículo, para garantir segurança contra qualquer eventualidade.
Lembre-se de adaptar o veículo de acordo com a espécie transportada, para evitar multas e garantir a saúde e segurança dos animais durante o trajeto.
Além das regras impostas pelo Ministério, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), possui a Resolução n.º 791, instaurada em 2020, com o intuito de fornecer mais informações para uma movimentação segura e de qualidade.
2. Licença do motorista
Os motoristas responsáveis pela movimentação de cargas vivas precisam ser certificados. Por isso, é necessário que eles recebam treinamento específico para o manejo correto dos animais. Existem diversos cursos que aferem certificações do tipo.
3. Certificação do veículo
O caminhão de transporte deve ser homologado pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Detran e ter o Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito (CAT).
4. Planejamento da rota
O planejamento é essencial em toda e qualquer movimentação, sobretudo quando falamos no transporte de cargas vivas. Afinal, estamos lidando com seres vivos. Transportadoras precisam oferecer condições mínimas para que eles cheguem seguros ao destino.
Portanto, além das condições do veículo, atente-se à quantidade de comida, água e paradas necessárias para o bem-estar e conforto dos animais.
Quanto custa um frete de carga viva?
O custo do transporte depende de vários fatores, incluindo:
- distância a ser percorrida;
- quantidade de animais a serem transportados;
- exigências de segurança e bem-estar;
- tipo de veículo.
Por isso, vale a pena orçar valores em diferentes seguradoras.
Além disso, o transporte terrestre exige a contratação do seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga (RCTR-C), uma das modalidades disponíveis aqui na Trikona Seguros.
Esse tipo de apólice é obrigatória para empresas de transportes registradas na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Ela indeniza casos de danos derivados de acidentes, como colisão, tombamento e capotagem, por exemplo.
Então, ao invés da transportadora se responsabilizar pelos problemas, o seguro cobre todos os prejuízos causados às mercadorias de terceiros.
Não fique sem o RCTR-C! Conheça esse e outros produtos disponíveis na Trikona e garanta a qualidade do transporte de cargas (vivas ou não) realizadas pela sua empresa.