Você sabe como proceder em casos de roubo de carga? Esse é um dos problemas que mais afetam quem trabalha com a movimentação de mercadorias em território nacional.
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), ao todo, são mais de 250 mil transportadoras atuando no Brasil. Juntas, elas movimentam 61% de toda a carga transportada no país.
Só em 2022, segundo um relatório feito pela Fretebras, o volume cresceu 38% durante o primeiro semestre, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Esses números demonstram a relevância do transporte rodoviário brasileiro. É pelas estradas que a maioria das empresas realizam a movimentação de inúmeras mercadorias.
Mas, mesmo com grandes números, profissionais ainda enfrentam uma realidade tensa e desmotivadora que, apesar de não poder ser evitada, pode ser, ao menos, amparada.
O que significa roubo de carga?
O roubo de carga é qualquer tipo de apropriação de cargas alheias com o uso de violência. Segundo o Código Penal, a definição o roubo é visto como:
“Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência.”
Isso significa que o roubo de cargas acontece quando quadrilhas interceptam, ameaçam ou agridem motoristas para obter a carga em transporte. O tipo mais comum é o assalto, em que a vítima é rendida e obrigada a ceder a mercadoria.
Números atuais
De fato, os dados atuais não são bons. Após uma queda gradativa desde 2017, os números voltaram a subir devido à retomada econômica derivada do fim da pandemia.
O aumento das vendas online, por exemplo, fez com que cada vez mais caminhões transitassem por rodovias brasileiras. Esse fluxo, somado à inflação, que tornou determinados produtos ainda mais valiosos, também impulsionou a atividade de grupos criminosos.
Para se ter uma noção, de acordo com um estudo feito pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), as regiões com mais ocorrências são:
- Sudeste (82%);
- Sul (6,82%);
- Nordeste (5,44%);
- Centro-Oeste (3,66%);
- Norte (1,42%).
As cargas mais procuradas pelas quadrilhas são:
- Alimentos;
- Combustíveis;
- Produtos farmacêuticos;
- Autopeças;
- Materiais têxteis e de confecção;
- Cigarros;
- Eletroeletrônicos;
- Bebidas;
- Defensivos agrícolas.
Só em 2021, segundo a NTC & Logística, o número de ocorrências aumentou em 1,7% e gerou um prejuízo de aproximadamente R$ 1,27 bilhão para as empresas de transportes. Na prática, a perda foi R$ 200 milhões maior, num comparativo com 2020.
Qual estado mais sofre com roubos de cargas?
São Paulo é o estado com mais casos do país, representando 45,23% do total.
Outro estudo, desta vez feito pelo Boletim Tracker-Fecap, em 2022, o estado teve, pelo menos, 17 roubos de carga por dia – o que representa um assalto a cada uma hora e meia. Somente de janeiro a setembro, foram 4725 ocorrências.
Em São Paulo, os tipos de mercadorias mais procuradas são:
- Alimentos (23,58%);
- Cigarros (8,79%);
- Eletroeletrônicos (5,20%);
- Bebidas (4,70%);
- Medicamentos e perfumes (4,38%).
O boletim também indica que a maior parte dos roubos de caminhões e reboques acontece pela madrugada, seguida por ocorrências registradas durante a noite e pela manhã.
Mercadorias mais procuradas em diferentes estados
O Portal no Varejo fez um levantamento com os produtos mais procurados por grupos criminosos em cada estado. Veja:
- Rio de Janeiro: alimentos, bebidas, eletrônicos e álcool;
- Minas Gerais: cigarros, medicamentos e eletrônicos. No Triângulo Mineiro, as mais procuradas são fertilizantes;
- Paraná: alimentos, bebidas e produtos de limpeza;
- Rio Grande do Sul: combustíveis.
Interceptações da Polícia Federal
Em paralelo, em 2021 houve um aumento de 25% no número de prisões por roubo de carga – um total de 764 naquele ano.
Apesar de São Paulo liderar as ocorrências, Minas Gerais registrou o maior número de prisões de quadrilhas, pois representa o estado com a maior malha rodoviária do país.
Segundo profissionais da área, em Minas, os crimes acontecem nos trechos onde a velocidade permitida é menor.
Qual é a pena por roubo de carga?
O artigo responsável pelo roubo de carga é o 157, do Código Penal. Segundo ele, as consequências são as seguintes:
Em casos de subtração mediante ameaça grave ou violência, a pena de reclusão é de quatro a 10 anos, com multa;
- Em casos de violência ou ameaça a mão armada, ou quando a vítima presta o serviço de transporte de alto valor e o agente conhece a circunstância, a pena aumenta um terço;
- Quando a ação resulta em lesão corporal grave, a pena é de 7 a 15 anos;
- Em casos de morte, a reclusão é de 20 a 30 anos.
De acordo com o coordenador do Departamento de Pesquisas em Economia do Crimes, o roubo e o crime de receptação são considerados brandos perante o Código Penal.
Por isso, a relação de custo-benefício favorece a prática dos grupos criminosos.
Como evitar o problema?
Infelizmente, o roubo é uma prática inerente à movimentação de cargas via transporte rodoviário. Contudo, algumas práticas podem te ajudar a minimizar problemas e prejuízos.
Tome nota para não esquecer.
Planeje as rotas
Antes de tudo, é essencial que a empresa planeje toda a rota. Tenha clareza sobre:
- Trajeto. O ideal é que os caminhos sejam variados, pois quadrilhas estão sempre atentas às rotas dos caminhões;
- Carga transportada. Se a mercadoria é de alto valor, prefira comboios, para manter a segurança e visibilidade do veículo durante o trajeto;
- Quantidade e locais de paradas. Evite parar em rodovias, principalmente se há apenas um motorista. Liste e analise locais mais seguros;
- Horário da movimentação. Como vimos, os roubos costumam acontecer durante a madrugada e noite;
- Data. Prefira datas alternadas para despistar grupos criminosos.
Levante dados sobre as rotas
Não escolha qualquer trajeto. Vale levantar dados sobre as ocorrências mais frequentes em cada região, bem como as rodovias mais perigosas. Às vezes, vale mais a pena que o frete seja mais longo, com custos adicionais.
Prefira trajetos pela manhã
Já que a noite e madrugada são horários de risco, dê preferência às rotas realizadas durante o dia. Durante esse período, os motoristas estão mais atentos e menos cansados.
Utilize tecnologias de gestão e monitoramento
O GPS é um dos equipamentos de monitoramento mais conhecidos – que pode ser seu grande aliado durante a movimentação. Além dele, existem outros sensores capazes de monitorar todo o trajeto e assegurar a segurança da frota até a entrega.
Contrate um seguro de cargas
Visto o aumento no número de casos de roubos e interceptações de cargas, vale a pena contratar um seguro eficiente. Isso porque ele oferece suporte extra, além de proteger a integridade da mercadoria, do motorista e da sua empresa.
Aqui na Trikona Seguros, por exemplo, oferecemos as mais variadas modalidades, de acordo com as necessidades e preferências da sua empresa. Conte conosco para uma movimentação segura e eficiente.
Apesar de não estar nos mesmos patamares a períodos anteriores a 2017, o aumento de casos relacionados a roubos de carga é preocupante e exige que organizações tomem medidas de segurança em prol de um transporte de qualidade.
Para otimizar seu tempo e garantir a melhor proteção, contar com uma gerenciadora de riscos, como a Trikona, é sua melhor solução. Com a empresa certa, você e seus colaboradores têm tempo para se dedicar a estratégias de crescimento, enquanto, quem mais entende sobre movimentação de cargas, cuida das suas mercadorias e dos motoristas.
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